Por Cartas Abertas

quarta-feira, novembro 29, 2006

Mais vale tarde, do que nunca...



O diário Italiano Corriere della Sera, avança que a Igreja Católica está prestes a aprovar o uso do preservativo, preparando com isto uma verdadeira revolução na sua doutrina. A decisão, que será anunciada em inicios de 2007, provém de um relatório do Cardeal Javier Barragán (responsável pelo departamento de saúde do Vaticano), onde defende que o uso do preservativo é um meio eficaz no combate da luta contra a SIDA.

Uma constatação que, embora tardia, justifica também a viragem que a Igreja Católica tem vindo a tentar protagonizar como forma de adaptação ao "Mundo Moderno". Isto tudo também quando se estima (segundo o relatório anual da OMS) que em 2030, 117 milhões de pessoas terão morrido devido ao virus da Sida.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Saudades



Praia do Forte, Salvador, Brasil

Com estes dias de mau tempo, lembro-me do fantástico tempo passado na Praia da Forte.

Mário Cesariny (1923-2006)



O Raul Leal era


O Raul Leal era
O único verdadeiro doido do "Orpheu".
Ninguém lhe invejasse aquela luxúria de fera?
Invejava-a eu.

Três fortunas gastou, outras três deu
Ao que da vida não se espera
E à que na morte recebeu.
O Raul Leal era
O único não-heterónimo meu.

Eu nos Jerónimos ele na vala comum
Que lhe vestiu o nome e o disfarce
(Dizem que está em Benfica) ambos somos um
Dos extremos do mal a continuar-se.

Não deixou versos? Deixei-os eu,
Infelizmente, a quem mos deu.
O Almada? O Santa-Ritta? O Amadeo?
Tretas da arte e da era. O Raul era
Orpheu.

Mario de Cesariny

sexta-feira, novembro 24, 2006

É bom. Mas é possivel ir mais longe...



É com agrado que tomo conhecimento das intenções propostas na Revisão do PDM de Lisboa, no que diz respeito à criação de parcerias público-privadas na área da cultura.

A tónica do documento passa pela cunjugação "dos imperativos estratégicos" de uma cidade de "bairros e culturas".

Com intervenção definida em quatro eixos prioritários, não esquecendo a manutenção em outros bairros históricos com museus, teatros, etc., o objectivo passará pela internacionalização da cultura em Lisboa, com a consequente requalificação e orientação de novos e existentes espaços culturais, aumentando e melhorando as suas valências.

Esta é uma maneira eficaz de contribuir para o desenvolvimento cultural da cidade, assim como contribuir para a sua implementeção. Numa altura´, onde a discussão da cultura está "elevada" ao subsidio, a Cãmara Municipal de Lisboa avança com uma medida semelhante às cidades de Madrid, Berlim e Londres, ou seja, o privado passará a ter uma consciência cultural intrinseca à prossecução dos seus objectivos comerciais.

Uma vez que Lisboa carece de equipamentos deixo um olhar sobre o cinema Odeon. A cidade nada perdia em aplicar este conceito para a requalificação desta importante "casa" de Lisboa.

A cultura agradecia.

A sopa está para as crianças, como o Comunismo para a Democracia!



Os acordos são para cumprir. Disso não temos dúvidas! Mas isso, claro, se de facto existir mesmo acordo, caso contrário será sempre questionável o seu cumprimento.

Mais uma vez, o PCP dá-nos uma grande lição de democraticidade e de bom funcionamento das estruturas "democráticas". O lider parlamentar, fervoroso adepto da democracia da Coreia do Norte, informou três deputados do seu partido (curiosamente todos eles de renome e com maior influencia e participação) de que teriam que renunciar aos seus mandatos, pois o partido precisava de renovação parlamentar.

O "democrata" Bernardino Soares, lider parlamentar do "democratico" PCP, não contava que a deputada Luisa Mesquita não acatasse a decisão. Vai daí, não foi de modas e retirou a "parte" (note-se, parte...) da confiança politica à deputada em questão.

Não querendo perceber como funciona a democracia comunista em Portugal, (talvez como na Coreia do Norte) reconheço a coragem de Luisa Mesquita, que, embora do PCP, foi e será uma referência do nosso parlamento.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Ainda a entrevista....

... que se traduz num conjunto de opções delineadas, conjugadas num enorme e redondo "Vamos ver, como vai ser!", lamento a não reacção do PSD na breve análise do primeiro ano de mandato.

Principalmente porque, a pedra toque para a justificação da pouca acção concretizadora, ao nivel dos resultados, têm sido, fundamentalmente, as opções financeiras do anterior mandato.

"Já esqueci."



Foi assim que o Presidente da Câmara de Oeiras respondeu ao não apoio de Marques Mendes e do PSD à sua recandidatura a Oeiras nas ultimas autarquicas. Assegura ainda que viu nessa decisão, uma necessidade de afirmação politica do lider do PSD.

Uma resposta curta que pode ter várias interpretações.

Uma delas, é a sua forma correcta e cuidada. Ideal, face às conturbações politicas no sector laranja do concelho.

Como em democracia não há resultados antecipados, será isto um "mais vale prevenir do que remediar"?

Saramaguices....



"[Durão Barroso] foi a quinta ou sexta escolha. E mesmo que fosse a primeira não tinha qualquer motivo para me orgulhar."


e digo eu: Não se preocupe que há muito boa gente que também não se orgulha de V.Exa. ser português...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Pois é...

Sempre apreciei as qualidades politicas de Morais Sarmento.

Nesta novela entre Cavaco / Socrates / PSD, o ex-ministro, mais uma vez, comenta com a maior das clarezas.

"Os factos autoexplicam-se".

Como uma simples frase, significa tanta coisa...

terça-feira, novembro 21, 2006

A vergonha (não) tem limites...

Quer o Partido Socialista, negociar o apoio do PSD para a criação da figura de "procurador especial" atirando para cima da mesa a reabertura do "Caso Camarate".

O PS, através do seu coordenador para os assuntos constitucionais, Ricardo Rodrigues, afirma mesmo (passo a citar) "Se não houver acordo, o assunto é encerrado".

Nunca, em 30 anos de democracia tal se viu. O desplante e a arrogância da maioria absoluta PS, jamais poderá arrogar-se do direito de negociar seja o que for, em assuntos de matéria criminal com altas figuras do Estado.

Nem o PS, nem ninguém.

Deveria ser um dever do Estado português apurar toda a verdade sobre o "caso Camarate", e nunca utilizá-la como moeda de troca em questões de mercearia politica, como vergonhosamente o esta a fazer.

O argumento da prescrição, dentro da rigidez dos prazos legais, é válido. Sabemos disso. Mas cabe à justiça a aos agentes politicos encontrarem uma solução de flexibilidade dentro da rigidez aplicável aos assuntos de matéria legal.

Especialmente quando se tratam de assuntos de interesse nacional e do Estado portugues.

É uma vergonha!

Não sinto, e provavelmente nunca sentirei a falta do Dr. Francisco Sá Carneiro. Não convivi com as suas politicas, nem assisti ao seu percurso. Nasci depois da sua morte.

Contudo, não deixa de ser impensável que a morte de um 1º Ministro ( e de um Ministro da Defesa) escape impune aos olhos da lei, dos governantes, dos portugueses.

Negociar, seja com quem for, assuntos desta natureza, é reflexo do caracter fraco e vergonhoso de quem a propõe.

Como não há futuro sem memória, pode ser que um dia, também nós nos esqueçamos de José Socrates.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Teorias da conspiração.

Após escrever o post anterior lembrei-me de um assunto que li esta manhã nos jornais. Formulei então, a seguinte teoria da conspiração:

E se a transferência de Marco António Costa da secção de Valongo do PSD para a secção de Gaia não for inocente, como tentam transparecer os matutinos de hoje?

E se, uma vez que Marco Antonio é o n.º2 de Menezes na Câmara de Gaia logo o seu substituto, se preparam para haver mudanças no executivo gaiense, não fazendo sentido o futuro presidente do executivo ser militante num concelho vizinho e não no próprio?

E se, Menezes estiver com vontade de voltar ao parlamento para tentar "tapar" uma possivel intervenção mais activa de Santana Lopes, conforme o proprio (PSL) ja manifestou vontade em ter, para não perder espaço politico junto dos seus apoiantes?

E se, isto é tudo da minha cabeça por causa da influência conspirativa do Livro de Santana Lopes?

Talvez.... mas que é possivel é...

O tudo por tudo...



Não são mais do que coincidências as recentes posições de Luis Filipe Menezes (LFM) contra a Direcção Nacional do PSD, mais concretamente contra Marques Mendes.

Com a publicação do livro de Santana Lopes e sobretudo com as suas recentes declarações politicas, entre as quais uma possivel recandidatura a presidente do PSD acolchoada com as manifestações de "vários exércitos" e com uma vontade intrinseca de querer justificar-se e redimir-se com a reconquista do poder, LFM vê a sua situação de lider da "oposição" à direcção do PSD em risco de substituição, sem direito a decreto.

LFM sabe que grande parte dos seus apoiantes, transitam de PSL e que uma eventual tomada de posição do ex-primeiro ministro face ao seu futuro politico, o deixariam em posição desconfortável perante as suas ambições, a opinião publica e acima de tudo perante os militantes.

Como, embora nunca tendo privado com ele, LFM não gostará de ser fantoche, parte para o ataque tentado acomodar a sua situação.

Sabendo que é praticamente impossivel competir com o mediatismo de Santana Lopes, LFM usa e abusa das declarações, das entrevistas, das posições e dos jantares, que de uma maneira geral são muito mais importantes para ele e para a sua situação no plano politico-partidário, do que para os portugueses e para Portugal, como pretende transmitir.

Menezes, conhecendo Santana e sabendo da sua imprevisibilidade politica, antecipa-se dando o tudo por tudo.

Com isto, os ataques a Marques Mendes são apenas coincidências. O verdeiro alvo a abater, para LFM, é Pedro Santana Lopes. Não vá um dia armar-se em "Rambo" e "entrar na floresta" deixando Menezes à porta.

sexta-feira, novembro 17, 2006

No Comment!

Coincidência?



Com as declarações de Maria José Nogueira Pinto sobre um possivel futuro posicionamento politico do CDS face à governação nacional. Com os consecutivos pretextos de Zézinha para apressar a sua saida do executivo camarário lisboeta. Com o abraço ao PS na Lei de Finanças Locais (talvez a lei mais anti-autarquias de sempre). Com a vontade de Portas voltar a estar no poder.

Acho, mas só acho, que cada vez mais há muitas coincidências na politica.

Malta! Importam-se de repetir?



Com alunos e professores de braço dado, contra aulas de substituição, percebo finalmente porque é que os programas educativos como a Quinta das Celebridades, o Big Brother, a Floribella, o Fiel ou Infiel, entre outros, são líderes de audiência televisiva em Portugal.

Como será o nosso país daqui a 20 anos?

My name is Rambo. John Rambo.



Confesso que já tinha saudades. Afinal, quem não tinha? Não me querendo alongar, até porque ainda estou em fase de leitura das escrituras de S. Lopes, não consigo ficar indiferente às "manifestações de vários exércitos" ao nosso "Rambo", que "apesar de não ter idade e não já ser o seu feitio" ainda põe a hipotese de "poder voltar à floresta" para desatar aos tiros.

Só fico apreensivo por dois motivos. Primeiro, porque no frenesim dos disparos ainda pode acertar num pé. Segundo, e porque a cópia é sempre pior do que o original, sempre achei Stallone mais talhado para o papel.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Um fim há muito anunciado.

O fim da coligação na CML resulta é resultado de um conjunto de posturas e atitudes que se têm vindo a verifar desde que Maria José Nogueira Pinto assumiu pelouros. Portanto não é novidade! Estava há muito para acontecer. A novidade é ter sido ontem e não hoje ou amanhã.

Culpar a proposta para a Administração da SRU da Baixa Pombalina, ou os pseudo-conflitos institucionais com a Presidente da Assembleia Municipal são pretextos para justificar a insatisfação existencial da Vereadora.

O problema de Zézinha é outro bem diferente.

Zézinha é um animal político. Respira politica e vive a politica. Logo, suportar a liderança do independente Carmona Rodrigues, revelou-se não ser a melhor estratégia para os seus objectivos politicos. A liderança da CML em 2009.

A par disto, está o constante desejo de protagonismo que Zézinha havia vindo a demontrar, com ataques dissimulados à autarquia e aos seus colegas de executivo, e manifestos ao PSD.

Zézinha insistia em brilhar isoladamente mais do que qualquer outro vereador, mais do que o Presidente. Não pensava Lisboa como um todo. Pensava Lisboa para si. Então arriscava.

Porém o risco saiu-lhe caro e hoje o CDS vê reduzida a sua intervenção na capital a três deputados Municipais e um Vereador que por objectivos estritamente pessoais perdeu a possibilidade, de uma forma directa, de contribuir para o desenvolvimento da cidade, e em particular para a re-implantação do seu partido na capital.

Esta saida, mais do que um problema para o PSD, é um problema para o CDS que perde assim a oportunidade de voltar a crescer junto do eleitorado. Os lisboetas não conseguirão perceber e aceitar que tenha sido uma votação para uma empresa municipal que tenha estado na origem de tudo isto.

A partir de hoje, a falta de obra, os atrasos e os problemas inerentes à gestão do municipio tem um rosto. Maria José Nogueira Pinto, alguém que preteriu Lisboa em prol dos seus objectivos politicos pessoais.

quarta-feira, novembro 15, 2006

O futuro poderá ser delas.

O papel da mulher na sociedade tem vindo a crescer de uma forma nunca antes vista, o que é bom, se a sua participação for estritamente relacionada com as suas capacidades e nunca por decreto como recentemente o nosso governo legislou.

Dizia-me um brasileiro, em Salvador, na recta final da primeira volta presidencial, que não votava nem em Lula, nem em Alquimi. Votava em Heloisa Helena. Porquê? Porque Heloisa "era Mãe. E Mãe sabe cuidar".

Uma boa justificação face um conjunto e determinado numero de factores, entre os quais, algum desapego e desilusão com o panorama politico actual brasileiro.

Mas a sua resposta, evidencia subliminarmente, um reconhecimento inato à coragem e determinação do "sexo fraco", que é demasiadas vezes forte face aos determinismos e preconceitos globais comodamente instalados nas sociedades contemporaneas ocidentais.

Hoje, o mundo (ocidental diga-se) começa a ficar diferente. A mulher assume cada vez mais um papel decisivo na condução dos destinos da sociedade, quer seja ela politica, comercial ou educacional.

Como exemplo temos as recentes eleições Norte-Americanas, que pela primeira vez na sua historia tem uma mulher a assumir a presidencia do Congresso. Nancy Pelosi entra para a história com uma justificação aparentemente inocente, mas que de inocente nada tem, espelhando bem que as opções actuais do povo globalizado estão em cresdcente mudança. "Este é um momento histórico porque os Estados Unidos não tinham uma pintura ou uma escultura de mulheres nos seus corredores".

A par disto, o cenário de um proximo Presidente dos Estados Unidos ser uma mulher, não está posto de parte, antes pelo contrário. Com Hillary Clinton e (e ainda a muito distante) Condoleezza Rice a protagonizarem uma possivel disputa entre republicanos e democratas, o futuro politico Norte-Americano poderá ser delas. Aqui o designio será muito mais dificil pois ainda há que "abater" nomes como Rudolph Giuliani, John MacCain, Tom Vilsack ou até mesmo Barack Obama (que tem a seu favor ser o primeiro candidato afro-americano)que face aos tais determinismos e preconceitos globais instalados, correm com ligeira vantagem.

Mas as mudanças não vêm só do outro lado do Oceano. Em França, assume cade vez mais a possibilidade, que o próximo candidato à presidencia francesa, em representação dos socialistas será uma mulher. Ségolène Royal (antiga ministra do ambiente) parece ser a socialista mais bem colocada para o embate.

Isto tudo a juntar a Angela Merkl (Chanceler Alemã) podemos afirmar que dentro de 2 anos as maiores potências europeias e a maior potência Mundial poderão ser chefiados por mulheres.

Um sinal dos tempos, mas que de facto representa um regresso às origens, pois a mulher para o homem, enquanto ser primitivo, foi sempre "objecto" de culto e veneração. A história tem destas coisas.

Termino com uma breve referência à Luso-venezuelana, Venezuela Portuguesa da Silva (note-se a portugalidade do nome!) que será candidata contra Hugo Chaves na disputa presidencial.

terça-feira, novembro 14, 2006

Importa-se de repetir ?


«não pode valer tudo numa campanha eleitoral. O PS está na campanha em Oeiras em favor de um projecto, em defesa das suas ideias e dos seus valores. Em nome de princípios éticos que outras candidaturas não subscrevem, porque se o fizessem nem candidaturas seriam».

«é bom de ver que nos próximos quatro anos ele vai passar mais tempo no banco dos réus do que em Oeiras».

«a marca do seu desespero em ganhar a todo o custo, sem olhar a meios. Sinal evidente desse desespero é a angústia com que observa a saída de documentos camarários para análise na Polícia Judiciária, facto que várias vezes criticou».


«Não se deixem levar por mentiras, calúnias e ódios. O apelo que fazemos vai no sentido de que, no próximo dia 9, votem em liberdade e em consciência. Prefiro a irreverência da JS, que assina o que faz na defesa da Democracia, do que a cobardia de um homem».


Emanuel Martins - Vereador da Coligação IOMAF/PS na Câmara Municipal de Oeiras - Portugal Diário 2005/10/04

Amnistia Internacional (Pub.)




segunda-feira, novembro 13, 2006

Sobre umas certas eleições. (Cap. I)

Seria estranho, se não escrevesse algumas linhas, sobre umas certas eleições de uma certa secção que ocorrerão num certo dia de Dezembro.

Embora a suspeição me acorrente os dedos, pois, por uma questão de consciência e verticalidade já tomei a minha opção, tentarei analisar, embora não de forma definitiva (ainda falta 1 mês)a situação politica actual, no contexto eleitoral em causa.

Desde sempre que a Secção de Algés do PPD/PSD (um pequeno tributo ao Dr. Santana Lopes pelo lançamento do seu novo livro) viveu climas intensos, apaixonados e, em grande medida, conturbados.

Desde logo pela sua tradição e grandeza. Mas também, porque em grande medida, no panorama politico actual foi envolvente e produtora de grandes quadros para o PSD e para a sociedade.

A disputa eleitoral que se avizinha, está muito além do simples posicionamento politico de qualquer um dos candidatos face às direcções distritais e nacionais do partido. É muito mais do que isso.

Nestas eleições em particular está em causa fundamentalmente uma defesa de valores intrinsecos à existência humana e à forma que adoptamos na passagem pela politica.

Não querendo entrar em ofensas (porque é possivel discordar sem ofender), a motivação das duas candidaturas é distinta.

De um lado temos a continuidade e a promessa de um maior acompanhamento ao PSD no panorama autárquico actual, numa perspectiva mais pró-activa e regular na defesa do eleitorado social-democrata e concelhio, e do outro temos a incerteza sobre aspecto.

E refiro-me apenas a este aspecto, porque as motivações de orientação politica face à organização interna do PSD, consequentemente às suas direcções (distrital e nacional) estão há muito clarificadas. Uns estão com a liderança, outros não.

Aqui as grandes diferenças estão em saber duas questões essenciais.

Qual será o posicionamento da futura CPS de Algés face aos autarcas eleitos pelo PSD no Concelho de Oeiras. Dentro desse posicionamento quais serão as orientações da CPS Algés, por exemplo, aos vereadores eleitos pelo PSD na Câmara Municipal de Oeiras?

Uma outra questão importante é saber se contarão os autarcas eleitos pelo PSD no Concelho de Oeiras, com a CPS de Algés para representação politica dentro e fora da estrutura no que diz respeito à condução politica do actual executivo IOMAF/PS.?

Não clarificar estas matérias, e isso era bom que para o debate acontecesse, é o mesmo que dizer às centenas de militantes e milhares de eleitores que directa e indirectamente a CPS Algés representa, que todo o esforço em prol da dignificação da politica e em prol do PSD estritamente enquanto partido e colectivo de ideal, foi em vão.

Em suma, e porque muito haverá ainda para escrever, inicio o debate entre candidaturas, na minha qualidade de militante do PSD de Algés. Contarão os militantes e os eleitores do PSD do Concelho com estas duas premissas de qualquer um dos candidatos?

A problemática da subsidiodependencia cultural. As suas causas e os seus efeitos.

Este tem sido, talvez dos temas mais debatidos nos meandros culturais e governamentais das ultimas décadas. São ou não, os agentes culturais do nosso pais, subsidiodependentes do estado para produção e manutenção dos seus espectáculos?

A resposta é simples. São!

E ainda bem que são, porque sendo significa que o Estado (central ou local)tem uma preocupação com o incremento e desenvolvimento cultural do pais e das regiões.

A problemática da subsidiodependencia não está na atribuição de um subsidio a um qualquer agente cultural. Está sim, na forma como esse agente cultural aplica e gere esse mesmo subsidio.

Esta é que é a grande questão. Aplicarão bem todos os agentes culturais subsidiados os seus subsidios? ou melhor, tem o subsidiante Estado retorno dos subsidios atribuidos?

Não!

A ideia de uma cultura sem subsidio, é a ideia de uma cultura que se torna obrigatoriamente num sistema que tende para a morte.

A grande questão é saber avaliar e agir contra todos aqueles que gerem mal a oportunidade que o Estado dá para a produção de espectáculos.

As politicas culturais dos governos de Londres, Paris, Berlim, Madrid, Barcelona e Roma (para exemplo) dizem-nos isso mesmo. Estes nossos parceiros europeus que subsidiam a cultura, encontraram mecanismos de avaliação das produções dos agentes culturais, obrigando-os a apresentar retorno face aos investimentos e subsidios atribuidos.

E o retorno é nada mais nada menos do que manifestações populares, nacionais e internacionais, de adesão e aceitação aos seus espectáculos. Tão simples quanto isto. Se é tradição ver espectáculos, visitar museus e galerias em Londres, Paris,Berlim, Madrid, Barcelona e Roma é porque o incremento cultural desses mesmas cidades é tido como uma aposta clara no quadro do desenvolvimento nacional.

Quero com isto dizer que a problemática da subsidiodependencia, não pode ser uma via univoca, cuja responsabilidade do fracasso é sempre atribuido a quem recebe e nunca a quem atribui. O Problema português é simples e prende-se com apostas e rumos politicos que tendem a desviar-se cada ver mais de uma politica cultural integrada quer a nivel nacional, quer a nivel internacional.

Um pais como Portugal, cuja história assenta essencialmente em tradicões e manifestações culturais, sendo a sua lingua o expoente máximo dessas mesmas manifestações, não pode agir com a problemática cultura da forma que tem insistentemente vindo a agir.

Como exemplo temos o "Caso Rivoli". A medida de Rui Rio peca pelo exagero emotivo que a envolve. Não é fácil para um qualquer executivo, seja ele municipal ou central, não ter o tal "retorno" que os seus investimentos exigiam. Portanto, criticar Rui Rio pela ordem de retirada da Companhia do Rivoli não é certo. Pois ninguém compreende que uma casa com a dimensão cultural e histórica com o Rivoli esteja entregue a produtores cujos espectáculos dificilmente ultrapassavam os 10 % de ocupação. Contudo privatizar uma casa que é dos portuenses, e no limite de todos os portugueses não é a opção mais correcta. Haviam outras formas de resolver este caso, inclusivamente com um concurso para uma gestão integrada, mas sempre publica, do Rivoli (Como alias acontece no TNSJ).

quinta-feira, novembro 09, 2006

Artigo Jornal "O Independente" - II

Não vejo mal nenhum em Freitas do Amaral dizer (ou insinuar) que está cansado. Afinal de contas todos nós também estamos cansados.
Estamos cansados, em primeiro lugar, de ainda o ver no Governo.
Estamos cansados das suas dores de coluna. Estamos cansados, porque não reconhece que as suas capacidades intelectuais estão a dar lugar à confusão, à loucura e ao disparate.
Estamos cansados da sua falta de paciência para aturar o Chefe, que também insiste em nos cansar.
Estamos cansados do Chefe do Freitas porque promete baixar os impostos e depois os aumenta.
Estamos cansados do Chefe do Freitas porque ainda estamos à espera dos 150.000 empregos para os jovens.
Estamos cansados do Chefe do Freitas porque dá subsídios de natalidade e depois fecha maternidades.
Estamos cansados do Chefe do Freitas porque é arrogante, porque é chato e porque não cumpre.
Estamos cansados do Simplex, seja lá o que isso for.
Estamos cansados da falta de cultura, da falta de teatros e da falta de apoio às artes.
Estamos cansados da falta de dinheiro ao fim do mês.
Estamos cansados do CDS. E estamos cansados do PP. Estamos cansados do CDS porque é feio, é redondo e é fraco. Estamos cansados do PP porque cheira a bolsado, tem borbulhas e não é sexy.
Estamos cansados dos dois porque não existem e recusam ter uma identidade própria preferindo tentar ser aquilo que nunca serão - um partido como o PSD.
Estamos cansados das assinaturas falsas que prejudicam militantes mais ou menos dedicados ao PSD. Estamos cansados do PSD de Oeiras que fez campanha contra Marques Mendes e depois votou em massa na sua candidatura, pois nunca se sabe o que acontecerá lá para 2009.
Estamos cansados de ver o Benfica perder.
Estamos cansados do Veiga e do Vieira, especialmente do Veiga e da mania que ele tem em pensar que sabe gerir seja o que for.
Portanto é perfeitamente natural que, tal como nós, Freitas esteja cansado.
Eu pessoalmente, também estou cansado de tanto esperar por voltar a ver o anúncio da “menina do gás” que nunca mais passou na televisão.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Porque...

me deu vontade de fazer uma das muitas coisas que gosto, decidi opinar sobre alguns assuntos que me parecem relevantes, cuja opinião quero transmitir. Sem periodicidade definida, sem acordos e pactos de estabilidade, as opiniões aqui tratadas são inteiramente pessoais, sem vinculo a qualquer organização, grupo organizado ou colectivo. É isto que proponho. Opinião na sua mais pura essência.